sábado, 30 de outubro de 2010

Eleições 2010 - 2º Turno



Pensei no que escrever sobre as eleições 2010, porém recebi hoje esse email de meu querido amigo em Cristo Pe Carlos Eduardo (Pe Cadu) que é exatamente o que penso sobre esse 2ºTurno, segue abaixo na integra o email dele:

Amados e amadas de Deus,

Estamos às vésperas do 2o turno das eleições em nosso país.
Confesso que com todo alvoroço que o clima de campanha causa como impacto na sociedade, ainda tenho escutado de algumas pessoas: "Política é coisa chata! Eu não gosto de política... "
Sinceramente, ouvir coisas como essas me deixam preocupado e até chateado.
São sintomas de uma inércia que me incomoda muito.
Sonho com um Brasil que pensa, que participa, que luta e que vence.
Mas muitos ainda, e especialmente os jovens (lamento muito dizer isso), preferem a anestesia da alienação e o indiferentismo à vida social e política.
É por isso que defendo sempre a educação como prioridade de toda política pública.
A participação na vida social e pública do país onde nascemos e vivemos também é cristianismo.
A Encarnação do Verbo é o modelo de como deve ser nosso envolvimento com o mundo.
Bom, quero ser sincero e vou emitir minha opinião em algumas coisas. Gostaria que pudéssemos ter tido outras opções, especialmente na esfera federal. Mas não é essa a nossa realidade.
Confesso que essas eleições foram as eleições em que eu mais pude estar atento. Li mais, assisti a vários debates, pude acompanhar as estatísticas das pesquisas de opinião buscando estar atento às propostas dos candidatos.
Conclusão: eu ainda me encontro no grupo dos brasileiros indecisos.
A pouco foi encerrado o último debate dos candidatos à presidência da república. Foi nossa última oportunidade para escutá-los.
Pensei que uma pequena contribuição, aliás, pequena mesmo, pudesse ser uma breve palavrinha sobre o assunto. Recentemente fui convidado para ministrar uma palestra sobre o relacionamento de política e fé numa comunidade católica de Belo Horizonte, e assim como estou me baseando nessa fonte de pesquisa, compartilho com todos um pouco daquela reflexão.
Como o tempo e o espaço são limitados, reforço o que achei mais importante daquela palestra, as orientações da CNBB (que precisou esclarecer que o posicionamento isolado de alguns bispos e até padres não era o posicionamento oficial da conferência dos bispos).
- A primeira coisa que os bispos nos pedem é que não deixemos de participar da vida política no país;
- Que possamos verificar se os candidatos são comprometidos com causas sérias como a superação da pobreza, criação de novos postos de trabalho, melhor distribuição de renda, educação de qualidade para todos, saúde, moradia, saneamento básico, respeito à vida e defesa dos meios ambientes.
- Os bispos lembram que governar é promover o bem comum e cabe a nós verificarmos se os candidatos estão comprometidos com a justiça e a solidariedade social (segurança pública, superação da violência, dignidade da pessoa, cultura da paz, justiça no campo e - isso é muito importante: proteção à vida (da concepção à morte natural!).
- Segundo eles, precisamos observar que tipo de interesses os candidatos representam: se o de um grupo específico ou da sociedade em geral.
- Eles nos lembram a importância da ficha limpa, ou seja, a idoneidade moral, que já tem peso nessa eleição de 2010. Uma conquista que a sociedade brasileira teve recentemente.
- Que possamos perceber como os candidatos fazem uso da máquina pública, especialmente em tempos de campanha eleitoral. Que tenhamos cuidado com políticos que abusam do poder econômico ou que tem história de corrupção.
- O nosso voto não é mercadoria, dizem os bispos. Que ele seja consciente, livre e maduro e não uma troca de favores.
- Uma dimensão ressaltada é a questão da religiosidade. Ela faz parte da identidade de um povo. Precisamos constatar se os candidatos respeitam a liberdade religiosa em todos os sentidos: uso de símbolos, expressões e práticas de cultos etc.
- Outro ponto ressaltado pelos bispos é se a família é contemplada como patrimônio da humanidade pelos políticos, e seus valores e interesses são defendidos e promovidos;
- E por fim, os bispos exortam a não apenas votarmos, mas acompanharmos e cobrarmos o cumprimento de promessas feitas pelos candidatos.

Meus irmãos, cada passo e etapa de mudanças políticas é um marco histórico, e cada um de nós tem a oportunidade e o poder de participar desse momento.
Votar é exercer com liberdade esse poder de mundança na história. É um exercício de cidadania, e acrescento, um exercício de fé.
Que Jesus companheiro ilumine a cada um de nós no exercício desse poder.
Em Cristo,
Pe. Cadu

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Certeza cristã



Certeza cristã


A oração é um ato de insistência, de quem pede Àquele que é capaz
O mundo é das incertezas. Não podemos ter plena segurança na fidelidade das pessoas. O que conta e nos dá a plena firmeza é a fé, caminho de certeza da justiça divina. Só quem acredita em Deus consegue viver de mãos erguidas, na confiança de um mundo melhor.

Moisés teve uma atitude bonita, pois colocou-se na posição de súplica a Deus, pedindo para que seu povo vencesse na guerra. Mesmo na condição de chefe, sentiu seus limites e passou a confiar na força de Javé. Enquanto permanecia de mãos erguidas para o alto, seu povo vencia a luta.

No mundo dos mortais, não basta às pessoas terem conhecimento teórico e técnico, porque nem sempre a ciência e a prática conseguem emitir uma certeza total. Estamos na condição temporal, no mundo que deve ser sempre construído e caminhar na busca da perfeição da obra da criação.

Corremos o risco do endeusamento de nós mesmos, mas só Deus é perfeito e capaz de nos dar plena segurança e certeza. Aqui está o sentido da oração, da dependência que temos de algo perfeito, que só é encontrado em Deus. Ele é o juiz da perfeição e da total segurança.

A oração é um ato de insistência de quem pede Àquele é capaz de responder com segurança. Deus é como um juiz, que toma partido do lado de quem precisa e de quem está vivendo no limite de suas necessidades e de sua dignidade.


O juízo de Deus não tem parcialidade. Ele atende a quem tem interesse pelos valores do Reino, olha para aqueles que sofrem as injustiças causadas pelas maldades do mundo, leva em conta as atitudes de insistência na vivência da fé.


Nem sempre temos as forças necessárias para cumprir as tarefas que o mundo exige, e não é fácil sentir a mão protetora de Deus na vida cotidiana. Por isso o nosso coração deve ser sempre confiante na ação divina. Mãos ao alto em atitude indefesa, desarmada, frágil e vulnerável. A fé é a fonte da oração.

Dom Paulo Mendes Peixoto
Bispo de São José do Rio Preto

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Poesia Nunca Mais te esqueci






Nunca mais te esqueci

É natural o vento soprar de manhã
O orvalho molhar as folhas que caem na madrugada
e o sol secar o terra, mas espera!
Tudo isso nada quer dizer
se o teu beijo não é meu.
Confesso que ouvir tua voz
me acostumei

Me apaixonei?
Talvez, pode ser...
Enlouqueci?
Não sei nunca vi...
Apenas sei que, depois que eu conheci você
Nunca mais te esqueci

É natural me flagrar pensando em você
Imaginando teu rosto, teu sorriso
Se permissão eu ganhasse pra morar em teu coração
faria de tudo pra invadir teu mundo 
E dizer o que sinto...


de: Valmir Lira
retirado da comunidade do Orkut Poesia Livre

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O poder do diálogo no matrimônio

fonte: http://cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?id=&e=12045#

O poder do diálogo no matrimônio

Muitas vezes, as pessoas se fecham para quem se ama

A última Encíclica do Santo Padre, o Papa Bento XVI, “Caritas in Veritate”, de 29 de junho de 2009, apresenta uma proposta de vida, na qual as pessoas devem viver a verdade. Esta verdade deverá ser procurada, expressa e encontrada na caridade; e toda caridade precisa ser compreendida, avaliada e praticada à luz da verdade. O Papa usa a expressão “ágape” para falar de caridade e “logos” para dizer da verdade. E afirma que da verdade (logos) sai a palavra dia-logos: diálogo, comunicação, comunhão. A comunhão é fruto do diálogo.

No matrimônio, o diálogo entre os cônjuges é a fonte para que o amor se alimente, cresça e frutifique em obras na própria vida do casal e também frutos de transformação da sociedade. A base do diálogo é e será sempre a verdade, mas a forma de se dizer a verdade precisa ser a caridade, com respeito à outra pessoa. Vemos muitos casais em crises conjugais por causa da falta de diálogo, por não expressarem livremente a sua opinião, causando sempre a depressão no outro, que se sente sufocado por viver a partir da verdade do cônjuge, sem poder se dizer. Eu diria até sem ser valorizado como pessoa. Por isso, o diálogo é fundamental no matrimônio.

O que seria, então, o diálogo? Arrisco afirmar que a base é a escuta; não o falar. Para se aprender a dialogar com os outros é preciso aprender a ouvi-lo sem qualquer preconceito, sem querer corrigi-lo ou interferir em sua fala. Toda pessoa precisa ser ouvida, precisa ter alguém que a escute e dê atenção às suas aspirações, sofrimentos, anseios diários... Enfim, todos precisamos que alguém nos acolha com amor e nos escute por um momento do dia. Acho este o ponto essencial no diálogo: um fala e o outro escuta, depois o outro fala e o primeiro escuta. O fruto do diálogo deverá ser o consenso, uma opinião comum.

Quando tudo isso não acontece, as pessoas acabam se fechando e não se comunicando com quem ama, porque este não soube ouvi-la ou, então, interpretou a sua fala de forma errônea, distorcendo aquilo que ouviu e reagindo de forma agressiva ou indeferente.

O centro do diálogo é a busca da verdade, e a verdade é Jesus Cristo. Nele podemos encontrar o ponto de unidade para o diálogo, por isso a importância do casal rezar juntos. Quem reza junto consegue conversar e dialogar de forma madura, com respeito. Podemos até discordar da opinião dos outros, mas é sempre bom separar o fato da pessoa. Separe e preserve sempre a pessoa; discuta opiniões. Toda discussão tem de ter como base o amor.

A verdade dita sem amor torna-se agressiva e não produz o efeito de ajuda para a melhora do outro. Se aprendermos a viver o diálogo pela verdade, mas ajustado ao amor de Deus, poderemos ser mais felizes no nosso matrimônio. Leia a Encíclica do Papa Bento XVI.

Deus o abençoe!

Diácono Paulo Lourenço
http://blog.cancaonova.com/diaconopaulo

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Colocando na Balança II: Governos Lula e FHC


Veja o panfleto num tamanho maior!
Via @IlustreBOB

Colocando na Balança: Governos Lula e FHC


Veja o panfleto num tamanho maior!
Via @IlustreBOB

Abordagem Jornalística, diversos ângulos



Diferentes Ângulos da Notícia

Chapeuzinho Vermelho na imprensa....

JORNAL NACIONAL
(William Bonner): 'Boa noite. Uma menina chegou a ser devorada por um lobo na noite de ontem...
(Fátima Bernardes): '... mas a atuação de um caçador evitou uma tragédia'.

PROGRAMA DA HEBE
(Hebe Camargo): '... que gracinha gente. Vocês não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo, não é mesmo?'

BRASIL URGENTE
(Datena): '... onde é que a gente vai parar, cadê as autoridades? Cadê as autoridades? ! A menina ia para a casa da vovozinha a pé! Não tem transporte público! Não tem transporte público! 
E foi devorada viva... Um lobo, um lobo safado. Põe na tela!! Porque eu falo mesmo, não tenho medo de lobo, não tenho medo de lobo, não..'

REVISTA VEJA
Lula sabia das intenções do lobo. 

REVISTA CLÁUDIA
Como chegar à casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos lobos no caminho.

REVISTA NOVA
Dez maneiras de levar um lobo à loucura na cama.

FOLHA DE S. PAULO
Legenda da foto: 'Chapeuzinho, à direita, aperta a mão de seu salvador'. Na matéria, box com um zoólogo explicando os hábitos dos lobos e um imenso infográfico mostrando como Chapeuzinho foi devorada e depois salva pelo lenhador.

O ESTADO DE S. PAULO
Lobo que devorou Chapeuzinho seria filiado ao PT.

O GLOBO
Petrobrás apóia ONG do lenhador ligado ao PT que matou um lobo pra salvar menor de idade carente.

ZERO HORA
Avó de Chapeuzinho nasceu no RS.

AGORA
Sangue e tragédia na casa da vovó

REVISTA CARAS
(Ensaio fotográfico com Chapeuzinho na semana seguinte) Na banheira de hidromassagem, Chapeuzinho fala a CARAS: 'Até ser devorada, eu não dava valor para muitas coisas da vida. Hoje sou outra pessoa'

PLAYBOY
(Ensaio fotográfico no mês seguinte)
Veja o que só o lobo viu.

REVISTA ISTO É
Gravações revelam que lobo foi assessor de político influente.

REVISTA CARTA CAPITAL
Lobo Mau tinha ligações com FHC e o objetivo era desestabilizar o governo Lula e o PT.

G MAGAZINE
(Ensaio fotográfico com lenhador) Lenhador mostra o machado

SUPER INTERESSANTE
Lobo mau! mito ou verdade ?

DISCOVERY CHANNEL
Vamos determinar se é possível uma pessoa ser engolida viva e sobreviver.

enviada por email por Isabel

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Greve? E daí?

Foto retirada do nublog

A notícia abaixo se refere a uma greve na França.
Na França? Mas eles já não resolveram os problemas sociais no pós-guerra?  Seria reflexo da crise e do corte de gastos para resolver os problemas de investimento do governo? O que disso nos compete? E se fosse aqui? Mas aqui nós não temos problemas piores sem resolução? Por que nos calamos?

Protesto pelo quê? Protesto de verdade? Só existe uma maneira? Ouviram falar sobre isso?

Não? Mas, e quando vai ser a próxima micareta? Quem matou Saulo? O que vai acontecer com o Sr Schuester?

É assim? E nós? Pelo que protestamos? Pelo que lutamos? De que maneira? Exercer a cidadania é só votar? Amar ao próximo é só namorar? De que política entendemos? Quantas coisas sabemos sobre as decisões? Estar impotente é realmente estar?  Apenas pelo grito ou armas que lutamos? E saber e discutir, não é interferir? Em que movimento estamos? De quais ações sociais participamos? Qual o partido que nos identificamos? Se não existem partidos com ideologia definida, como diferenciar? Direita ou esquerda? Ainda existe isso? Quais as propostas de intervenção são efetivas? Quais as formas de interpelar as erradas? Só existe pensamento fora? Só o que vem de fora é bom? Nossa consciência é importada também? Pensar é mais do pensar?
Quais as razões que levaram a geração de nossos pais a lutar e nós a calar?

Questões que não têm resposta num país/geração perdidos .. Perdidos, nós?

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alguns distúrbios, e perturbações no tráfego aéreo marcavam nesta terça-feira o início da sexta jornada de greves e protestos contra a reforma da aposentadoria na França.

Mais de 2.500 postos de gasolina, dos 12.500 de todo o país, estavam sem combustível, no oitavo dia de greve nas 12 refinarias da França, segundo fontes do setor petroleiro.

O dia é chave na luta dos sindicatos contra o projeto do presidente conservador Nicolas Sarkozy de elevar de 60 a 62 anos a idade mínima para aposentadoria, e de 65 a 67 anos a idade para receber pensão completa.

O movimento de protesto, que ganhou a adesão do ensino secundário, foi ofuscado no início da manhã por distúrbios diante de um colégio em Nanterre, subúrbio da zona noroeste de Paris, onde 200 jovens encapuzados - que não estudam na escola - lançaram objetos e bombas de fumaça contra os policiais e incendiaram um veículo.



Uma jovem de 15 anos ficou ferida após a explosão de uma motocicleta perto de um contêiner de lixo diante de seu colégio na zona sul da capital.

A polícia dispersou 300 estudantes secundários da Praça da República, no centro de Paris.

Dez das 83 universidades do país estavam bloqueadas, segundo a União Nacional de Estudantes de França (UNEF).

A atividade em 379 colégios secundários estava prejudicada, segundo o ministério da Educação. A Federação Independente e Democrática de Liceus (FIDL), segunda maior organização do setor, calcula em 1.200 o número de colégios envolvidos nos protestos.

Mais de 260 manifestações foram convocadas em todo o país pelos sindicatos, que na terça-feira passada levaram às ruas 3,5 milhões de pessoas - 1,2 milhão, segundo o governo -, um recorde de participação.

O tráfego ferroviário também está prejudicado, com o funcionamento de seis trens de grande velocidade em cada 10. Em Paris, o metrô estava em ritmo praticamente normal, mas duas linhas de trens suburbanos registraram problemas.

No aeroporto parisiense de Orly, 50% dos voos foram cancelados. No Charles de Gaulle, o índice era de 30%

FONTE:
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2010/10/19/falta-de-combustivel-e-disturbios-abrem-novo-dia-de-protestos-na-franca.jhtm


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O mar e seu futuro
Como o céu, cor dos teus olhos
Melhor filme que já vi
Como as frases do seu livro
Que sem ler eu pressenti
Você vai comigo
E eu te levo pelo braço e seu cansaço
Em meu descanso é como um abraço
(Banda Eva, Carnaval e só? Pensar é só pensar.. Não tem que ser difícil..)

enviado para mim por email pelo Bruno

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Da serie: Emails e Spams, de tão idiota da até para rir I




Diferença entre casada, noiva e amante

Três amigas, uma noiva, uma casada e uma amante decidiram fazer uma brincadeira: seduzir seus homens usando uma capa, corpete de couro, máscara nos olhos e botas de cano alto, para depois dividir a experiência entre elas.

No dia seguinte, a noiva iniciou a conversa:
- Quando meu namorado me viu usando o corpete de couro, botas com 12 cm de salto e máscara sobre os olhos, me olhou intensamente e disse: 'Você é a mulher da minha vida, eu te amo'. Fizemos amor apaixonadamente.

A amante contou a sua versão:
- Encontrei meu amante no escritório, com o equipamento completo! Quando abri a capa, ele não disse nada, me agarrou e fizemos amor a noite toda, na mesa, no chão, de pé, na janela, até no hall do elevador!

Aí a casada contou sua história:
- Mandei as crianças para a casa da minha mãe, dei folga pra empregada, fiz depilação completa, as unhas, escova, passei creme no corpo inteiro, perfume em lugares estratégicos e caprichei: capa preta, corpete de couro, botas com salto de 15 cm , máscara sobre os olhos e um batom vermelho que nunca tinha usado.
Pra incrementar, comprei uma calcinha de lycra preta com um lacinho de cetim no ponto G. Apaguei todas as luzes da casa e deixei só velas iluminando o ambiente. Meu marido chegou, me olhou de cima abaixo e disse:

- Fala aí, Batman, cadê a janta?

enviado por email pela Thamara

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Quem matou Aparecida?

Um pouco de Literatura Brasileira... 

Mas tem que chegar ao fim!!!


Ferreira Gullar - Quem matou Aparecida?


História de uma favelada que ateou fogo às vestes.


Aparecida, esta moça
cuja história vou contar,
não teve glória nem fama
de que se possa falar.
Não teve nome distinto:
criança brincou na lama,
fez-se moça sem ter cama,
nasceu na Praia do Pinto,
morreu no mesmo lugar.


Praia do Pinto é favela
que fica atrás do Leblon.
O povo que mora nela
é tão pobre quanto bom:
cozinha sem ter panela,
namora sem ter janela,
tem por escola a miséria
e a paciência por dom.


No dia que a paciência
do favelado acabar,
que ele ganhar consciência
para se unir e lutar,
seu filho terá comida
e escola para estudar.
Terá água, terá roupa,
terá casa pra morar.
No dia que o favelado
resolver se libertar.


Mas a nossa Aparecida
chegou cedo por demais,
por isso perdeu a vida
que ninguém lhe dará mais.
É sua história esquecida
de poucos meses atrás,
e essa vida perdida
de uma moça sem cartaz
que está aqui pra ser lida
porque nela está contida
a lição que aprenderás.


Já bem cedo Aparecida
trabalhava pra comer:
vendia os bolos que a mãe
fazia pra ela vender;
carregava baldes d'água
para banhar e beber.
Comida pouca e água suja
que até dá raiva dizer.


Da porta de seu barraco,
de zinco e madeira velha,
olhava o mundo dos ricos
com suas casas de telha.
Os blocos de apartamento
quase tocando no céu
dos quais nem em pensamento
um deles seria seu.


Daquele chão de monturo,
via o mundo dividido:
Do lado de cá, escuro,
e do lado de lá, colorido.
À sua volta a pobreza,
a fome, a doença, a morte;
e ali adiante a riqueza
dos que tinham melhor sorte.
Nossa Aparecida achava
que tinha era dado azar
porque ela ignorava
que o mundo pode mudar.


Já conhecia a cidade
da gente limpa e bonita,
meninas de sua idade
de seda e laço de fita.
Gente que anda de carro,
vive em boate e cinema,
que nunca pisou no barro,
que não conhece problema,
que pensa que o Rio é mesmo
Copacabana e Ipanema.


Que pensa ou finge pensar.
Porque se chega à janela,
se dá um giro, vê logo
o casario da favela,
a marca mais evidente
desta sociedade ingrata,
que a terça parte do Rio
mora em barracos de lata.


E assim foi que Aparecida
se tornou uma mocinha.
Falou pra mãe que queria
ganhar uma criancinha.
Já que boneca era caro
e dinheiro ela não tinha,
ter um filho era mais fácil
dela conseguir sozinha.


"Sozinha ninguém consegue!",
disse-lhe a mãe já com medo.
"Tira isso da cabeça,
ter filho não é brinquedo.
Favelada que tem filho
acaba a vida mais cedo".


Não podia Aparecida
entender essa verdade.
Queria ter um bebê
para cuidar com bondade,
para vestir bonitinho
como os que viu na cidade.


Tanto falou no desejo
de ter uma criancinha
que um dia uma lavadeira
que era sua vizinha
prometeu falar na casa
de um tal de dr. Vinhas,
casado com dona Rosa,
que ganhara uma filhinha.


Foi assim que Aparecida
mudou-se para Ipanema.
O ordenado era pouco
mas resolvia o problema.
Deixou a Praia do Pinto
e venceu o seu dilema:
ganhou um bebê bonito
cheirando a talco e alfazema.
Quando saiu com o embrulho
(dois vestidos e um espelho
redondo, de propaganda)
a mãe lhe deu um conselho:
"Veja lá por onde anda.
Cuidado com homem velho
e português de quiranda.
Pra rico é fácil ter filho;
pra pobre, a vida desanda".


Mas Aparecida estava
entregue a sua alegria.
Só pensava na menina
de que ela cuidaria,
a boneca de verdade
que ela enfim ganharia.
E assim passou cantando
aquele primeiro dia.


Foi muito bem recebida
pela patroa e o patrão.
Ganhou um quarto pequeno
e uma cama de colchão.
Quarto escuro, colchão duro,
mas como querer melhor
quem sempre dormiu no chão?


A vida de Aparecida
corria tranquila e bela.
Ainda por cima seu Vinhas
simpatizava com ela,
indagava de sua vida
e das coisas da favela.


Um dia pegou-lhe o braço
e puxou-a para si.
Lhe disse: "Me dá um abraço,
que eu gosto muito de ti".
Largou-a ao ouvir os passos
de alguém que vinha pra ali.


Mas de noite ele voltou.
Deitou-se ao lado dela
e ela não se incomodou.
Passou a mão nos seus peitos,
e Aparecida gostou.
Deitou-se por cima dela
e suas calças tirou.
Aparecida nem lembra
o que depois se passou.
E tanto se repetiu
que ela até se habituou.


Mas lá um dia a patroa
abriu a porta e os pegou.
Já era de manhã cedo,
Vinhas quase desmaiou.
A mulher fez que não viu,
tranquilamente falou:
"Compre-me um litro de leite,
pois o leiteiro atrasou".


Aparecida saiu
sem saber o que fazer.
Quando voltou, no seu quarto
tinha coisa pra se ver:
a patroa já chamara
um guarda para a prender.
"Ela roubou estas jóias,
que nem bem soube esconder" -
disse mentindo a patroa.
Aparecida foi presa
sem nada poder dizer.


Para o SAM foi conduzida
depois de muito apanhar.
Um dia ali esquecida
começou a reparar
que em sua entranha uma vida
começara a despertar.
Quando o guarda da prisão
descobriu-lhe a gravidez,
foi dizer à Direção,
que a retirou do xadrez
para evitar complicação.
"Vá se embora, sua puta,
chega de aporrinhação".


Aparecida voltou
pro barraco da favela.
A mãe estava doente
sem saber notícia dela.
Cuidou da mãe como pôde
e conseguiu se empregar.
Trabalhou até que um dia
numa fila de feijão
perdeu as forças, caiu,
e teve o filho no chão.
Da casa onde trabalhava
logo foi mandada embora.
"Empregada que tem filho
não serve, que filho chora".


Em outras casas bateu
mas de nada adiantou.
Depois de muito vagar,
pra casa da mãe voltou.
Mas o problema da fome
assim não solucionou.
Não teve outra saída:
na prostituição entrou.


Ficava noites inteiras
rodando pelo Leblon
para apanhar rapazinhos
que sempre pagavam algum
e que não tinham o bastante
pra frequentar o bas-fond.


Até que um dia encontrou
um rapaz que gostou dela
que se chamava Simão
e morava na favela.
Decidiram viver juntos
e a vida ficou mais bela.


Bela como pode ser
a vida de um favelado
morando em cima da lama
num barraco esburacado
trabalhando noite e dia
por um mísero ordenado.


Mas Simão e Aparecida
um ao outro se ampararam.
Com as durezas da favela
de há muito se habituaram:
uniram suas duas vidas
e depressa se gostaram.


Ela lavava pra fora
e cuidava do filhinho
que, de mal alimentado,
era magro e doentinho
mas que dela merecia
todo desvelo e carinho.


Simão, que era operário,
trabalhava numa usina.
Gastava sua mocidade
numa soturna oficina
onde o serviço é pesado
e o dia nunca termina.
Mas o amor de Aparecida
viera abrandar-lhe a sina.


Simão ganhava tão pouco
que mal dava pra comer,
menos que o salário mínimo
que está na lei pra inglês ver...
Nem sempre tinha jantar
nem o que dar de beber
ao menino que chorava
sem poder adormecer.


Aparecida e Simão
deitados ali do lado
ouviam o choro do filho
fraquinho e desesperado
que já no berço sentia
o peso cruel e injusto
desse mundo desgraçado.


E eis que um dia Simão
participou de uma greve.
Veio a noite e Aparecida
dele notícia não teve.
Os companheiros disseram
que a policia o deteve.
Ela correu à polícia
mas ali nada obteve.


Voltou chorando pra casa
sem saber o que fazer.
Debruçada na janela
viu o dia amanhecer:
um dia claro mas triste
como se fosse chover.


Sentia-se desemparada
naquela casa vazia.
Por que duravam tão pouco
suas horas de alegria?
Se Simão não mais voltasse
o que é que ela faria?


Esperou que ele voltasse.
Os dias passaram em vão.
O menino já chorava
sem ter alimentação.
Ela já nem escutava
tamanha a sua aflição.


Quase imóvel, dia e noite,
ficou assim na janela
à espera de que Simão
voltasse outra vez pra ela
fazendo o seu coração
sentir que a vida era bela,
por pouco que fosse o pão,
triste que fosse a favela.


Quanto tempo se passara?
Quanto dia se apagou?
Até o menino calara,
até o vento parou.
Aparecida repara
que alguma coisa acabou.


Era uma coisa tão clara
que ela própria se assustou.
Por que calara o menino?
Que mão nova o afagou?
E sobre o corpinho inerte
chorando ela se atirou...


Chamava-se Aparecida
e chorava ali sozinha.
Mal chegara aos 15 anos
a idade que ela tinha.
Chorava o seu filho morto
e a sua vida mesquinha.
Uma criança chorando
sobre outra criancinha.


Foi assim que Aparecida
sem pensar e sem saber
derramou álcool na roupa
pra logo o fogo acender.
E feito uma tocha humana
foi pela rua a correr
gritando de dor e medo
para adiante morrer.


Acaba aqui a história
dessa moça sem cartaz
que ficaria esquecida
como todas as demais
histórias de gente humilde
que noticiam os jornais.
Pra concluir te pergunto:
Quem matou Aparecida?
Quem foi que armou seu braço
pra dar cabo da vida?
Foi ela que escolheu isso
ou a isso foi conduzida?
Se a vida a conduziu
quem conduziu sua vida?


Por que existem favelas?
Por que há ricos e pobres?
Por que uns moram na lama
e outros vivem como nobres?
Só te pergunto estas coisas
para ver se tu descobres.


Se não descobres te digo
para que possas saber:
o mundo assim dividido
não pode permanecer.
Foi esse mundo que mata
uma criança ao nascer,
que negou à Aparecida
o direito de viver.
Quem ateou fogo às vestes
dessa menina infeliz
foi esse mundo sinistro
que ela nem fez nem quis
- que deve ser destruído
pro povo viver feliz.


Ferreira Gullarhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ferreira_Gullar


*Parabéns pra quem chegou ao fim!*