sexta-feira, 11 de março de 2011

Sangue de Africano


imagem retirada do blog roteirizandohq

Castro Alves


Aqui sombrio, fero, delirante

Lucas ergueu-se como o tigre bravo...

Era a estátua terrível da vingança...

O selvagem surgiu... sumiu-se o escravo.



Crispado o braço, no punhal segura!

Do olhar sangrentos raios lhe ressaltam,

Qual das janelas de um palácio em chamas

As labaredas, irrompendo, saltam.



Com o gesto bravo, sacudido, fero,

A destra ameaçando a imensidade...

Era um bronze de Aquiles furioso

Concentrando no punho a tempestade!



No peito arcado o coração sacode

O sangue, que da raça não desmente,

Sangue queimado pelo sol da Líbia,

Que ora referve no Equador ardente.



Fonte: www.dominiopublico.gov.br

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