sexta-feira, 6 de junho de 2014

Racismo à brasileira ou racismo sem racistas: colonialidade do poder e a negação do racismo no espaço universitário

Unirb – Faculdade Regional da Bahia
Campus Feira de Santana
Semestre 2014.1

Racismo à brasileira ou racismo sem racistas: colonialidade do poder e a negação do racismo no espaço universitário[1]

Emerson Rebouças[2],
Luciene Lima [3]
  Marcelo Garcia[4]
Rosimeire Lima [5]
Thiago Almeida [6]
Thiago Godinho [7]
Viviane Araujo[8]

Racismo a Brasileira
O racismo à brasileira teve inicio com o próprio processo de colonização brasileiro, pois durante o processo, apesar das distinções, o negro foi integrado na sociedade em pequenas parcelas, dentro de pequenos núcleos pautados pela miscigenação, e, por causa disso que se teve a impressão que a escravidão Brasileira era mais branda, porém, a história tem desconstruído esse ideal, pois vemos até hoje que há essa segregação dos negros em relação aos brancos, esse tipo de racismo dissimulado é mostrado em pesquisas que mostram que a maioria dos brasileiros admite a existência do problema no país, no entanto essas mesmas pessoas afirmam não ter preconceito racial.
As pesquisas mostram que o racismo impera no Brasil, mesmo não tendo implementado o regime do apartheid, é um racismo velado, escondido, negado, é a essência do racismo brasileiro, essa negação de que existe algo errado, fora do eixo, a própria característica do brasileiro, que muitos se orgulham como sendo algo benéfico a nossa sociedade (conhecido como o “jeitinho Brasileiro”) é uma forma velada de corrupção, porém a maioria nega ser corrupto.
A história do racismo no Brasil
Para falarmos da questão social no Brasil, é preciso resgatar o passado histórico desse preconceito, que muitas vezes foi negado, onde o negro foi sectarizado, não levando em consideração o negro como sujeito histórico, ai vem á pergunta: Quando o negro surge como raça inferior e se escraviza? Segundo TELLES (2003:301) a Raça é uma ideia e não um fato biológico.
Com o surgimento das cidades, houve um declínio na escravidão europeia, concomitantemente Portugal começou a instalar suas fortificações comerciais em toda a costa africana, dando inicio ao trafico Atlântico Foi nesse período que foi tirada do negro a sua dignidade como ser humano, passando a ser apenas o "outro" excluído da formação social, condição que em muitas vezes vemos até hoje em nossa sociedade.
No século XVII o pensamento natural era que, segundo as palavras de Montesquieu: "A escravidão é a triste necessidade do mundo colonial, justificado pelo clima quente", esse pensamento perdurou até o século XIX, período em que o determinismo biológico era aceito e difundido, evidenciado nas teorias de Nina Rodrigues em que afirma que “As raças são determinadas biologicamente pelo clima, com isso, tanto o africano como o brasileiro do século XIX são criaturas forjadas no clima quente, que exalta as “paixões” e desejos desenfreados responsáveis pela degeneração social”, esse pensamento de Nina Rodrigues é imputado à efervescência das ideias Darwinistas, onde foram chamadas posteriormente de Darwinismo Social.
Durante a virada do século XIX para o XX o Brasil passa a construir seu ideal de nação, embasado nos moldes franceses e americanos, impregnados do pensamento positivista.
No século XX surgiram diversos enfoques a questão racial brasileira, e o livro Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre (1933) foi uma obra que trouxe uma estruturação do racismo que apregoava um ideal de que era composta de Senhores bons e escravos submissos, o mito do bom senhor de Freyre buscava dar sentido as contradições do escravismo como um simples episodio, sem importância.
A Década de 90 foi marcante para a luta pelo fim do preconceito racial, primeiramente, foi à primeira vez em que o governo federal reconheceu oficialmente o preconceito no Brasil, essa posição do governo de FHC veio em contra ponto a toda politica aceita até então, que, deslocavam a crença na democracia racial Brasileira, esse paradigma teve como expoente a Obra de Gilberto Freyre, Casa Grande e Senzala. Durante a década de 90 que surgiram importantes atores na luta racial brasileira, essa luta teve a contribuição importante de dois atores: O Ativismo Negro e as Ciências Sociais.
O Racismo no meio acadêmico
O racismo nas universidades brasileiras se tornaram frequentes devido a falta de senso das pessoas em acharem que podem ser superior um ao outro , por exemplo  o  sistema de cotas que é um absurdo devido a ser uma medida eleitoreira e que tem pouca abrangencia diante da disparidade dos negros e brancos na universidade , um exemplo é a universidade de Brasilia á ( UNB ) que só disponibilisa 20% de vagas para negros , indios e estudantes de escolas publicas , e ainda estão pensando em reduzir para 5% , ou seja , as cotas é só uma forma de camuflar este fato polêmico isso abrange as grandes universidades públicas e algumas não estão preparadas para dar uma boa receptividade aos negros. Além do debate sobre o sistema de cotas, temos também os casos de racismo contra os estudantes negros, como o que aconteceu recentemente na ( USP ) com a Monica gonçalves 28 anos  , estudante do curso de saúde pública ( USP ) que foi barrada na portaria da Faculdade de medicina da universidade. A estudante iria ingressar na faculdade para encontrar alguns amigos, tendo em vista que ela estava em posse do passe, e o fato de outros estudantes conseguirem acesso ao ambiente sem passar pelo constrangimento, configurou-se como mais um caso de preconceito.
Outro fator é o racismo contra professores negros, segundo pesquisas realizadas pelo professor  José Jorge Carvalho, do departamento de Antropologia da  UNB, que realizou um levantamento em seis universidades públicas mostram que em media 1% dos professores são negros, e na USP  dos 4.705 docentes em atividades apenas cinco são negros o que equivale a uma taxa de 0,1% , e a UNB foi a única que teve melhor resultado , ou seja , dos 1.500 dorcentes 15 são negros isso equivale a 1%.
Segue abaixo a relação das universidades pesquisadas e seus respectivos resultados:
Instituição Total de professores Professores Negros %
Universidade de São Paulo (USP) 4705 5 0,10%
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) 2000 3 0,15%
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) 1761 4 0,20%
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) 3200 20 0,60%
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) 2700 20 0,70%
Universidade de Brasília (UnB) 1500 15 1,00%
Portanto media é de 0,5% de professores negros nestas universidades


















Referencias bibliográficas


FERNANDES, Florian: Disponível em: http://www.espacoacademico.com.br/026/26hbrasil.htm acessado em 16/05/2014

F. Fernandes. "A Integração do Negro na Sociedade de Classes", São Paulo, Editora Ática, 3a ed., vol. 1, pp. 258-259




TELLES, Edward. Racismo à Brasileira: Uma nova perspectiva sociológica.  Rio de Janeiro: Relume-Dumará, Fundação Ford, 2003.



           
           





[1] Atividade solicitada pela Prof.ª Andreia Araújo como requisito avaliativo da disciplina Antropologia, semestre 2014.1 da Faculdade Regional da Bahia – Unirb, campus Feira de Santana.
[2] Estudante de Engenharia de Produção da Faculdade Regional da Bahia, 1º semestre.
[3] Estudante de Administração da Faculdade Regional da Bahia, 1ºsemestre.
[4] Estudante de  Administração da Faculdade Regional da Bahia 1º semestre
[5] Estudante de Pedagogia da Faculdade Regional da Bahia 1º Semestre
[6] Estudante de Administração da Faculdade Regional da Bahia 1º semestre
[7] Estudante de ciências contábeis da Faculdade Regional da Bahia 1ºSemestre
[8] Estudante de pedagogia da Faculdade Regional da Bahia 1ºSemestre

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