Unirb –
Faculdade Regional da Bahia
Campus
Feira de Santana
Semestre
2014.1
Racismo à brasileira ou racismo sem
racistas: colonialidade do poder e a negação do racismo no espaço universitário[1]
Emerson
Rebouças[2],
Luciene
Lima [3]
Marcelo
Garcia[4]
Rosimeire
Lima [5]
Thiago
Almeida [6]
Thiago
Godinho [7]
Viviane
Araujo[8]
Racismo a Brasileira
O racismo à
brasileira teve inicio com o próprio processo de colonização brasileiro, pois
durante o processo, apesar das distinções, o negro foi integrado na sociedade
em pequenas parcelas, dentro de pequenos núcleos pautados pela miscigenação, e,
por causa disso que se teve a impressão que a escravidão Brasileira era mais
branda, porém, a história tem desconstruído esse ideal, pois vemos até hoje que
há essa segregação dos negros em relação aos brancos, esse tipo de racismo
dissimulado é mostrado em pesquisas que mostram que a maioria dos brasileiros
admite a existência do problema no país, no entanto essas mesmas pessoas
afirmam não ter preconceito racial.
As pesquisas
mostram que o racismo impera no Brasil, mesmo não tendo implementado o regime
do apartheid, é um racismo velado, escondido, negado, é a essência do racismo
brasileiro, essa negação de que existe algo errado, fora do eixo, a própria
característica do brasileiro, que muitos se orgulham como sendo algo benéfico a
nossa sociedade (conhecido como o “jeitinho Brasileiro”) é uma forma velada de
corrupção, porém a maioria nega ser corrupto.
A história do racismo no Brasil
Para falarmos da questão
social no Brasil, é preciso resgatar o passado histórico desse preconceito, que
muitas vezes foi negado, onde o negro foi sectarizado, não levando em
consideração o negro como sujeito histórico, ai vem á pergunta: Quando o negro
surge como raça inferior e se escraviza? Segundo TELLES (2003:301) a Raça é uma ideia e não um fato
biológico.
Com o surgimento
das cidades, houve um declínio na escravidão europeia, concomitantemente
Portugal começou a instalar suas fortificações comerciais em toda a costa
africana, dando inicio ao trafico Atlântico Foi nesse período que foi tirada do
negro a sua dignidade como ser humano, passando a ser apenas o
"outro" excluído da formação social, condição que em muitas vezes vemos
até hoje em nossa sociedade.
No século XVII o
pensamento natural era que, segundo as palavras de Montesquieu: "A
escravidão é a triste necessidade do mundo colonial, justificado pelo clima
quente", esse pensamento perdurou até o século XIX, período em que o
determinismo biológico era aceito e difundido, evidenciado nas teorias de Nina
Rodrigues em que afirma que “As raças são determinadas biologicamente pelo
clima, com isso, tanto o africano como o brasileiro do século XIX são criaturas
forjadas no clima quente, que exalta as “paixões” e desejos desenfreados
responsáveis pela degeneração social”, esse pensamento de Nina Rodrigues é
imputado à efervescência das ideias Darwinistas, onde foram chamadas
posteriormente de Darwinismo Social.
Durante a virada
do século XIX para o XX o Brasil passa a construir seu ideal de nação, embasado
nos moldes franceses e americanos, impregnados do pensamento positivista.
No século XX
surgiram diversos enfoques a questão racial brasileira, e o livro Casa Grande e
Senzala, de Gilberto Freyre (1933) foi uma obra que trouxe uma estruturação do
racismo que apregoava um ideal de que era composta de Senhores bons e escravos
submissos, o mito do bom senhor de Freyre buscava dar sentido as contradições
do escravismo como um simples episodio, sem importância.
A Década de 90
foi marcante para a luta pelo fim do preconceito racial, primeiramente, foi à
primeira vez em que o governo federal reconheceu oficialmente o preconceito no
Brasil, essa posição do governo de FHC veio em contra ponto a toda politica
aceita até então, que, deslocavam a crença na democracia racial Brasileira,
esse paradigma teve como expoente a Obra de Gilberto Freyre, Casa Grande e
Senzala. Durante a década de 90 que surgiram importantes atores na luta racial
brasileira, essa luta teve a contribuição importante de dois atores: O Ativismo
Negro e as Ciências Sociais.
O Racismo no meio acadêmico
O racismo nas universidades brasileiras se tornaram frequentes devido a
falta de senso das pessoas em acharem que podem ser superior um ao outro , por
exemplo o sistema de cotas que é um absurdo devido a
ser uma medida eleitoreira e que tem pouca abrangencia diante da disparidade
dos negros e brancos na universidade , um exemplo é a universidade de Brasilia
á ( UNB ) que só disponibilisa 20% de vagas para negros , indios e estudantes
de escolas publicas , e ainda estão pensando em reduzir para 5% , ou seja , as
cotas é só uma forma de camuflar este fato polêmico isso abrange as grandes
universidades públicas e algumas não estão preparadas para dar uma boa
receptividade aos negros. Além do debate sobre o sistema de cotas, temos também
os casos de racismo contra os estudantes negros, como o que aconteceu
recentemente na ( USP ) com a Monica gonçalves 28 anos , estudante do curso de saúde pública ( USP )
que foi barrada na portaria da Faculdade de medicina da universidade. A estudante iria ingressar na
faculdade para encontrar alguns amigos, tendo em vista que ela estava em posse
do passe, e o fato de outros estudantes conseguirem acesso ao ambiente sem
passar pelo constrangimento, configurou-se como mais um caso de preconceito.
Outro fator é o racismo contra professores negros,
segundo pesquisas realizadas pelo professor
José Jorge Carvalho, do departamento de Antropologia da UNB, que realizou um levantamento em seis
universidades públicas mostram que em media 1% dos professores são negros, e na
USP dos 4.705 docentes em atividades
apenas cinco são negros o que equivale a uma taxa de 0,1% , e a UNB foi a única
que teve melhor resultado , ou seja , dos 1.500 dorcentes 15 são negros isso
equivale a 1%.
Segue abaixo a relação das universidades pesquisadas e seus respectivos
resultados:
Instituição Total de professores
Professores Negros %
Universidade de São Paulo (USP) 4705 5 0,10%
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) 2000 3 0,15%
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) 1761 4 0,20%
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) 3200 20 0,60%
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) 2700 20 0,70%
Universidade de Brasília (UnB) 1500 15 1,00%
Portanto media é de 0,5% de professores negros nestas universidades
Universidade de São Paulo (USP) 4705 5 0,10%
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) 2000 3 0,15%
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) 1761 4 0,20%
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) 3200 20 0,60%
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) 2700 20 0,70%
Universidade de Brasília (UnB) 1500 15 1,00%
Portanto media é de 0,5% de professores negros nestas universidades
Referencias
bibliográficas
CARVALHO,
José Jorge de Disponível em: www.cnbb.org.br/documento_geral/NaoHaProfNegros.doc
acessado em 17/05/2014
CARDOSO,
Nádia: disponível em: http://www.educacao.salvador.ba.gov.br/site/documentos/espaco-virtual/espaco-diversidade/RELA%C3%87%C3%95ES%20%C3%89TNICAS/WEBARTIGOS/artigo.pdf acessado em 16/05/2014
FERNANDES, Florian:
Disponível em: http://www.espacoacademico.com.br/026/26hbrasil.htm acessado em
16/05/2014
F.
Fernandes. "A Integração do Negro na Sociedade de Classes", São
Paulo, Editora Ática, 3a ed., vol. 1, pp. 258-259
http://www.unb.br/noticias/unbagencia/artigo.php?id=676 acessado em
16/05/2014
http://www.voaportugues.com/content/article-11-16-2011-brazil-racism-black-conscience-133982343/1261622.html acessado em 16/05/2014
http://www.urutagua.uem.br/012/12henrique.pdf acessado em
17/05/2014
http://www.brasilescola.com/biografia/raimundo-nina.htm acessado em
17/05/2014
TELLES,
Edward. Racismo à Brasileira: Uma nova perspectiva sociológica. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, Fundação Ford,
2003.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Casa-Grande_%26_Senzala - Acessado em
17/05/2014
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